Posted on July 23, 2018
A história revela que o avanço da tecnologia extingue profissões, mas também promove novas oportunidades. É preciso estar preparado para elas.
Nos anos 50, Alan Turing, um dos pais da Inteligência Artificial (IA), criou o teste de Turing, responsável por avaliar se uma IA seria capaz de enganar um humano. Em um sistema de perguntas e respostas, feitas em formato de texto, se 30% dos humanos acreditarem que as respostas são provenientes de outro humano o dispositivo passa no teste. Em 2014, pela primeira vez, uma máquina foi aprovada no teste de Turing. Em 2018, a Google anunciou o seu novo assistente digital, o Google Duplex, uma nova tecnologia para conduzir diálogos naturalmente, realizando tarefas via telefone. O Duplex também passou no teste de Turing na funcionalidade de marcar compromissos e está muito próximo da nossa vida cotidiana.
Uma das importantes questões abordadas diante das revoluções tecnológicas contemporâneas é a alteração causada no mercado de trabalho. Muito se discute sobre a extinção de postos de trabalho, que passam a ser ocupados por máquinas, e o aumento do desemprego. Segundo a Foundation for Young Australians (FYA), 60% dos jovens se preparam, atualmente, para profissões que em 20 anos estarão extintas e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que a taxa mundial de desemprego aumentará 6,4% entre 2013 e 2018.
A História se repete e promove novas oportunidades
A discussão entre o avanço das máquinas e a sua influência no mercado de trabalho teve início entre os séculos XVIII e XIX, durante a revolução industrial, quando o trabalho dos artesãos passou a ser substituído por máquinas. Na época, a preocupação e as discussões sobre a diminuição dos empregos também aconteceram.
Segundo Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, professores do MIT, no livro The second machine age (A segunda era da máquina), a automação do trabalho trará possibilidades fantásticas de melhoria de qualidade de vida, mas também incertezas, provável concentração de renda e desemprego.
A história revela que o avanço da tecnologia extingue profissões, mas também promove novas oportunidades. É preciso estar preparado para elas.
A automação do trabalho
De modo geral, a Inteligência Artificial já é consolidada no gerenciamento de Redes Sociais. Também já podemos observar as mudanças em algumas outras áreas, como no direito, na educação, no esporte, na moda, no varejo e na Indústria de Eventos.
Na área jurídica, vimos o surgimento do software COIN (Contract Intelligence/Inteligência Contratual), uma ferramenta que já está sendo utilizada por bancos e realiza, em segundos, tarefas que consumiam 360 mil horas de trabalho dos advogados por ano.
Na educação, algumas escolas já utilizam IA para ajudar os seus estudantes com tutoria virtual e com o uso de realidade aumentada em materiais didáticos. Já no esporte a Inteligência Artificial tem sido inserida com chatbots, visão computadorizada e jornalismo automático.
Na moda, o foco da IA está no comércio digital (e-commerce), mapeando o comportamento dos clientes e aprimorando o entendimento da jornada de compra. Algumas empresas também já investem em Inteligência Artificial na interação com os clientes, através de chats personalizados. Enquanto isso, no Varejo, a China desponta como um centro de experiências onde lojas com uma quantidade reduzida de funcionários, ou até mesmo nenhum, atendem as necessidades dos clientes. No mundo ocidental, em 2018, a Amazon lançou a “Amazon Go”, a sua loja de conveniência experimental. Nela, não é necessário estar com dinheiro no momento da compra, enfrentar filas ou passar pelo caixa. Todo o processo de compras é automatizado com o uso de IA.
No setor de Eventos, a tecnologia também tem explorado possibilidades que ofereçam um contato personalizado, ajudando no engajamento, promovendo agilidade e praticidade tanto para organizadores quanto para participantes.
Áreas profissionais do futuro
O Fórum Econômico Mundial publicou um relatório intitulado The future of Jobs (“O futuro dos trabalhos”), realizado a partir de entrevistas com mais de 13 milhões de profissionais. Entre outras informações, o relatório afirma que, até 2020, haverá uma queda de 7.1 milhões de empregos no mundo, em consequência das mudanças no mercado. Dentre estes, dois terços são em funções de escritório e áreas administrativas. Em contrapartida, nascerão 2 milhões de novos empregos em áreas como Computação, Matemática, Engenharia e Arquitetura. Segundo o LinkedIn, das dez profissões que mais cresceram desde 2008, oito envolvem programação de sistemas e formas criativas de aproveitar o uso de dados; as outras duas são instrutor de zumba (dança) e personal trainer.
Outras áreas com potencial de crescimento são as que envolvem comunidades sustentáveis, vacinas genéticas, carros sustentáveis, agricultura de precisão, deep learning, biópsia líquida, e economia criativa.
Habilidades de Futuro
Inteligência social, criatividade, percepção e manipulação. Estas são as principais características humanas que os robôs não conseguem reproduzir no trabalho. Por Inteligência social entendemos a capacidade de negociar, persuadir e cuidar, importante na coordenação de funcionários e no contato pessoal com os clientes – profissões como relações públicas e organizadores de evento estão em segurança, por exemplo. Por capacidade de negociar entendemos a habilidade de interpretar e improvisar. Por percepção e manipulação, a capacidade de adotar movimentos em atividades aparentemente iguais, mas que nunca acontecem duas vezes da mesma forma.
Motivar pessoas, liderança, tomar decisões, coeficiente emocional para lidar com incertezas, habilidades de networking, resiliência e polivalência são algumas outras habilidades apontadas por especialistas como importantes para o mercado profissional futuro.
A grande oportunidade está em aliar a criatividade humana ao poder tecnológico. Assim, para se manter um profissional relevante em tempos de Inteligência artificial, é mais sábio e salutar exercitar a parceria com as máquinas ao invés de combatê-las.
A tecnologia causará inicialmente um aumento do desemprego, porém uma reversão acontecerá em seguida, obrigando muitos profissionais a migrar para outros setores. Planejamento em médio e longo prazo, a partir de uma prospecção do seu futuro profissional, é demandado.
Para entender um pouco mais sobre futurismo e habilidades profissionais para o mercado, assista ao webinar com Ricardo Cancela, um dos expoentes na disseminação do conceito de Inteligência Artificial (IA) no Brasil.
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